sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Encantadora Amsterdam

Na minha opinião, o melhor de Amsterdam está na beleza de seus canais e hidrovias. Caminhar por eles é uma experiência e tanto. Sentar-se em um de seus cafés observando a paisagem e o vai e vem dos barcos também.
Amsterdam também tem importantes museus, vida cultural intensa, mas o que mais gosto de fazer quando estou lá é aproveitar um tempo livre para conhecer e viver a cidade, caminhar e observar a arquitetura de suas casas ao longo dos canais.
A arquitetura destas casas é bastante homogênea no seu gabarito transmitindo grande uniformidade à primeira vista. Porém, sua arquitetura é muito rica e diversificada em seus ornamentos de fachada, diferentes tipos de frontões, cornijas, mansardas e muitos elementos decorativos que imprimem personalidades diferentes a cada uma delas.
Uma curiosidade em relação a estas casas de Amsterdam diz respeito à inclinação de suas fachadas: as fachadas das casas tinham uma inclinação proposital e muitas ainda conservam também os ganchos no frontão. Estas duas soluções juntas permitiam que os produtos fossem içados até o sótão sem bater nem danificar as janelas dos andares inferiores. Também, outra curiosidade, são as amplas aberturas de janelas em muitas delas, de forma a reduzir o peso da própria construção.
No anel de canais do século XVI, região mais ao sudoeste e sul em relação ao centro antigo, há um trecho conhecido como A Curva do Ouro, onde se concentram algumas das casas de canal mais suntuosas e ornamentadas do século XVII e XVIII, originalmente ocupadas pelos mais ricos comerciantes, políticos e grandes construtores de embarcações. Estas pequenas “mansões” foram construídas com arenito importado, muito mais caro que o tijolo e a pedra, largamente empregados nas casas de canal mais comuns.
Mas todas.sem exceção, de tijolos, pedras ou do tal arenito, são encantadoras. Para mim, o mais legal mesmo é sair caminhando, descobrindo e vivenciando os canais.
Dá para tentar imaginar, pela fachada, os gostos dos primeiros moradores, o quanto queriam ostentar, ou o quanto preferiam ser mais discretos. É interessante ficar supondo,imaginando quando cada uma foi construída, tentar observar os ornamentos dos frontões, indagar-se quais delas tem os pátios e jardins internos mais conservados e usados ainda hoje... enfim, curtir esta cidade única e deixar o pensamento voar.
E assim, entre um canal e outro, com a vista maravilhosa de todas aquelas casinhas coladinhas umas às outras, curtir a cidade de verdade, envolver-se com ela.
Antes das casas terem numeração, havia o costume de esculpir na fachada uma placa de pedra com a profissão do dono.
E isto está conservado, em muitas delas, até hoje. É muito legal quando encontramos uma destas, entre tantas casas semelhantes e entre tantos canais, sem precisar de roteiro, de guia de turismo com “passo a passo ou rua a rua”. Simplesmente, como dizem os franceses, flanar...ok. gostei. Flanar também por Amsterdam...
Agora, escrevendo este post, comecei a me lembrar de tantas e tantas fotos que já tirei ali. Preciso dar uma pesquisada em meus arquivos. Vou procurar para ilustrar. Mas por enquanto, achei somente esta. Que fique como incentivo para que você procure por outras, pesquise imagens dos canais, das placas e ornamentos, ou simplesmente...imagine... ou, melhor ainda, tenha vontade de vivenciar estes encantos e programe-se para conhecer Amsterdam.. Se for com o ArqTours, melhor ainda!